Leis ou Ordens do Amor (por Bert Hellinger) PERTENCIMENTO

Todos nós temos a necessidade e o direito de pertencer, cada qual ao seu sistema familiar. A sensação de pertencer é uma das nossas maiores fontes de bem-estar na vida. É isso que a lei vem nos ensinar.

Pertencem ao nosso sistema os pais biológicos, irmãos biológicos (os que nasceram e os que não nasceram também), tios, primos, avôs, bisavôs, trisavôs.

Ao nascer em uma família, nos conectamos de forma profunda com aquele sistema, e isso é impossível de ser alterado, o pertencimento é um vínculo que não se desfaz.

Por mais que eu conviva com outras pessoas, me relacione com outras pessoas, ainda que eu me afaste do meu sistema familiar, meu pertencimento estará para sempre ligado à minha origem, e esta existe apenas em um lugar: o sistema a que faço parte através dos meus pais.

Nada pode mudar esse fato, aconteça o que acontecer!

Mas nem sempre queremos fazer parte da família de onde nascemos, e excluímos familiares por julgamento, moral ou social.

Alguns exemplos de exclusões são dos alcoólatras, os viciados em outros tipos de drogas, o pai que deixou a família, a mãe que é considerada tóxica, o bebê que foi abortado, aquele membro da família que suicidou-se, ou aquele que matou alguém, aquela criança que faleceu prematuramente, por diversos motivos e julgamentos, esses tendem a ser excluídos.

Podemos olhar para esses excluídos com uma postura diferente, sem nos sentirmos arrogantes e superiores ao destinos deles, não somos juízes.

Essas exclusões podem acarretar inúmeras consequências para quem exclui e para as

próximas gerações (filhos , netos, bisnetos).

No filme Viva! A Vida é uma Festa, podemos ver a exclusão do trisavô músico de Miguel, que aos olhos da família preferiu a fama e a carreira musical.

Sua esposa pegou ranço pela música e esse sentimento foi passado de geração em geração, até que Miguel começa demonstrar interesse musical (honrando esse trisavô), o menino busca informações do músico e começa estudar suas letras.

Geração pós geração, excluíam esse membro da família, até que chegou Miguel para honrar e trazer a tona a verdadeira história do seu trisavô músico.

Essa foi só uma ficção, porém na vida real existem inúmeros casos. Eu atendo diariamente os familiares dos excluídos, com sintomas, com sensação de faltar algo, com sentimento de estar fora do seu lugar no trabalho e na família, sensação de fracasso, são diversas situações.

Integrar aquilo que é difícil, nos dá força para o caminho da cura.

© The Memorial of Unborn Children II © 2015 by Martin Hudacek